Continuo a seguir
O teu silencio tão veloz,
Sigo as pistas que não deixou,
As palavras omitidas,
As pistas que há tempos
Vem me negando...
Sigo em frente
E a cada dia
Sou mais destino que perseguidor.
Pulso Ellétrico
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Espera
Acordo cedo e te espero
No cais de minha cidade,
E não há cais em minha cidade.
Mas ainda te espero,
No sono profundo,
Em um sonho comum que recorde a infância e a alegria.
Te espero agasalhado
No frio de junho
Sem pássaros nem insetos
A voar.
Te espero na xícara de café,
No olhar para o relógio,
Na ultima anotação que fiz.
Te espero cantando
Aquela canção antiga
Que você chama de cafona,
Mas diz tanto sobre nós...
Acordo cedo e te espero,
Todos os dias de minha vida
Espero que você venha.
No cais de minha cidade,
E não há cais em minha cidade.
Mas ainda te espero,
No sono profundo,
Em um sonho comum que recorde a infância e a alegria.
Te espero agasalhado
No frio de junho
Sem pássaros nem insetos
A voar.
Te espero na xícara de café,
No olhar para o relógio,
Na ultima anotação que fiz.
Te espero cantando
Aquela canção antiga
Que você chama de cafona,
Mas diz tanto sobre nós...
Acordo cedo e te espero,
Todos os dias de minha vida
Espero que você venha.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Sólido
Simplesmente asfalto e concreto,
Caminho até minha casa sem o som de nenhum pássaro.
As noites por aqui andam frias
Para quem não caminha de mãos dadas...
Caminho até minha casa sem o som de nenhum pássaro.
As noites por aqui andam frias
Para quem não caminha de mãos dadas...
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Sobre contragosto
Juro que gostaria de ter dito não.
Mas todos os dias, digo que sim...
Concordo com qualquer coisa
Que esteja acontecendo.
Talvez não faça diferença.
Carrego comigo
Fardos dos quais já deveria ter me desfeito.
Esperando que os mesmos se dissolvam na fúria de meus pensamentos.
Juro que gostaria de ter dito não.
Mas todos os dias, digo que sim...
Concordo com qualquer coisa
Que esteja acontecendo.
Talvez não faça diferença.
Carrego comigo
Fardos dos quais já deveria ter me desfeito.
Esperando que os mesmos se dissolvam na fúria de meus pensamentos.
Juro que gostaria de ter dito não.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Baile da primavera
Bailam os pássaros e as flores,
É primavera.
Mas ele sempre preferiu as sombras,
Amenas e não tão claras,
Preferiu as noites aos dias...
Nunca soubera lidar com essas alegrias naturais
Onde a claridade
Faz sorriso e desassossego.
Enquanto bailavam
Primavera, flores e pássaros.
Ele caminhava só, pela sombra.
É primavera.
Mas ele sempre preferiu as sombras,
Amenas e não tão claras,
Preferiu as noites aos dias...
Nunca soubera lidar com essas alegrias naturais
Onde a claridade
Faz sorriso e desassossego.
Enquanto bailavam
Primavera, flores e pássaros.
Ele caminhava só, pela sombra.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
De ontem, hoje e amanhã
Esse dia que não passa
Monótona repetição
Macacos sobre a terra
Esperando a bendita evolução
Dias, meses, anos
Somos sempre tão iguais
“Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais.”
Monótona repetição
Macacos sobre a terra
Esperando a bendita evolução
Dias, meses, anos
Somos sempre tão iguais
“Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais.”
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Segredos não divididos
Amanheço,
Dentes pra escovar,
Pura falta de opção.
Não há ouvidos
Para dividir segredos.
Comer, trabalhar, existir...
Não necessariamente nessa ordem.
Não possuo as respostas.
Se fosse apenas solidão
Encontraria amigos em algum bar
Para rir
E apertar as mãos.
Dentes pra escovar,
Pura falta de opção.
Não há ouvidos
Para dividir segredos.
Comer, trabalhar, existir...
Não necessariamente nessa ordem.
Não possuo as respostas.
Se fosse apenas solidão
Encontraria amigos em algum bar
Para rir
E apertar as mãos.
Explicação para simples troca de olhares
Eu sorria porque
Era o que eu tinha a dize.
Sobre o teu braço
Enrolado no meu pescoço.
Não existia o despertador no dia seguinte,
Nem contas a pagar.
Só a música da sua respiração
E o cheiro do seu cabelo,
Um cobertor
E um bem estar...
Era o que eu tinha a dize.
Sobre o teu braço
Enrolado no meu pescoço.
Não existia o despertador no dia seguinte,
Nem contas a pagar.
Só a música da sua respiração
E o cheiro do seu cabelo,
Um cobertor
E um bem estar...
domingo, 9 de maio de 2010
Um barco sumindo no horizonte...
Era sempre primavera,
Éramos flores, borboletas, pássaros
E abelhas.
O Sol aquecia,
Mas mesmo sem ele ferveríamos...
Era sempre primavera,
Pequena demais pra uma nuvem,
Um pingo d’água,
Um floco de neve...
Por onde o inverno entrou
Você saiu.
E minha ultima lembrança
É apenas uma porta fechada.
Éramos flores, borboletas, pássaros
E abelhas.
O Sol aquecia,
Mas mesmo sem ele ferveríamos...
Era sempre primavera,
Pequena demais pra uma nuvem,
Um pingo d’água,
Um floco de neve...
Por onde o inverno entrou
Você saiu.
E minha ultima lembrança
É apenas uma porta fechada.
Uma tarde. Tarde demais
Hoje é dia
Daqueles em que
Nos jogamos
De todo e qualquer prédio,
Dia de não vida
Como muitos que não vivi.
A roupa ainda é a mesma
Da noite passada,
O cabelo, o mesmo,
Alguns cigarros se foram
E lá fora o Sol,
Impiedoso e tirano.
Daqueles em que
Nos jogamos
De todo e qualquer prédio,
Dia de não vida
Como muitos que não vivi.
A roupa ainda é a mesma
Da noite passada,
O cabelo, o mesmo,
Alguns cigarros se foram
E lá fora o Sol,
Impiedoso e tirano.
Há escolha?
Os olhos
Não o deixam mentir,
Caindo pelas tabelas,
Inconsciente ele morre.
Morre pelo desespero,
Pelo pão de cada dia,
Morre por não poder escolher
Entre viver e morrer.
Não o deixam mentir,
Caindo pelas tabelas,
Inconsciente ele morre.
Morre pelo desespero,
Pelo pão de cada dia,
Morre por não poder escolher
Entre viver e morrer.
Romântico desespero
Sejamos sim
Os personagens de
Um conto de fadas qualquer.
Mas peloamordeDeus!
Não o façamos com tédio.
Temos faca e queijo em mãos.
Porque não café na cama?
Os personagens de
Um conto de fadas qualquer.
Mas peloamordeDeus!
Não o façamos com tédio.
Temos faca e queijo em mãos.
Porque não café na cama?
A alegria como era ontem
Quando acordo no meio da noite
Com sede
De água e de saber
Pergunto onde foi morar
Aquela simpática alegria
Que certo dia
Vi colorir seu rosto
Em um breve sorriso tímido.
Com sede
De água e de saber
Pergunto onde foi morar
Aquela simpática alegria
Que certo dia
Vi colorir seu rosto
Em um breve sorriso tímido.
Cada vez mais perto do horizonte
De repente me vi
Dentro do tornado
Respirando,
Comendo e dormindo você,
De repente não mais acordei.
Desde então fui apenas
Sonho e convicção.
Não era pra ser hora de acordar
Se jurei pra mim mesmo
Que era dessa vez
O meu sono eterno.
Dentro do tornado
Respirando,
Comendo e dormindo você,
De repente não mais acordei.
Desde então fui apenas
Sonho e convicção.
Não era pra ser hora de acordar
Se jurei pra mim mesmo
Que era dessa vez
O meu sono eterno.
Zele por ela
Após parir
A mãe permanece inerte
Com aquela criança nas mãos
Sem fazer idéia de como lidar com aquilo.
Não há o que fazer,
Já está viva,
Pronta para apanhar.
A mãe permanece inerte
Com aquela criança nas mãos
Sem fazer idéia de como lidar com aquilo.
Não há o que fazer,
Já está viva,
Pronta para apanhar.
Memória recente
Esse poema é do tempo
Em que tropeçar
Fazia parte do passeio,
Era permitido esquecer o caminho de casa.
Conversas desconexas
Encharcadas de álcool e significados ocultos
Era o que havia para o jantar.
Não faz muito tempo,
As nuvens e a lua ainda se lembram
Das risadas e argumentações
Que alimentavam
O vazio que nos fazia pensar.
Em que tropeçar
Fazia parte do passeio,
Era permitido esquecer o caminho de casa.
Conversas desconexas
Encharcadas de álcool e significados ocultos
Era o que havia para o jantar.
Não faz muito tempo,
As nuvens e a lua ainda se lembram
Das risadas e argumentações
Que alimentavam
O vazio que nos fazia pensar.
Algum tempo depois do divórcio
No que restou
Do que era um lar
Sentado em sua poltrona
Relendo um jornal
De quarenta anos atrás
Ele ainda escuta
A correria das crianças
Que naquele tempo
Ainda sorriam.
Do que era um lar
Sentado em sua poltrona
Relendo um jornal
De quarenta anos atrás
Ele ainda escuta
A correria das crianças
Que naquele tempo
Ainda sorriam.
terça-feira, 20 de abril de 2010
A mesma distancia
Nos becos do que era alma
Ferve o descaminho,
Já não leio mais as cartas que recebo,
Já não participo dos ritos...
Segundo a segundo
Com a força da eterna inércia
Me distancio,
Desaprendo a me comunicar
Com os que aprendi
Querer bem.
Temo essa absoluta solidão
Que não é
Boa nem má,
Apenas É!
Ferve o descaminho,
Já não leio mais as cartas que recebo,
Já não participo dos ritos...
Segundo a segundo
Com a força da eterna inércia
Me distancio,
Desaprendo a me comunicar
Com os que aprendi
Querer bem.
Temo essa absoluta solidão
Que não é
Boa nem má,
Apenas É!
sexta-feira, 16 de abril de 2010
De partida
Despeço-me dos entes,
Dos queridos...
Tenho na mala
Palavras não ensaiadas,
Certezas que inventei e cultivei.
À frente não vejo trilha,
Apenas o desconhecido a ser desbravado.
Despeço-me dos amigos
Que um dia tive.
Ouço pela ultima vez a canção predileta,
Olho retratos
Dos dias que sorri...
Dos queridos...
Tenho na mala
Palavras não ensaiadas,
Certezas que inventei e cultivei.
À frente não vejo trilha,
Apenas o desconhecido a ser desbravado.
Despeço-me dos amigos
Que um dia tive.
Ouço pela ultima vez a canção predileta,
Olho retratos
Dos dias que sorri...
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Valsa invisível
Na avenida movimentada
Os cachorros não sentiam o seu cheiro e
Os carros não enxergavam
Sua silhueta passeante,
Nem ouviam
As canções que distraída ela dividia com todos.
A tarde era cinza.
Cinza demais
Para quem não tem com quem dividir segredos.
Os cachorros não sentiam o seu cheiro e
Os carros não enxergavam
Sua silhueta passeante,
Nem ouviam
As canções que distraída ela dividia com todos.
A tarde era cinza.
Cinza demais
Para quem não tem com quem dividir segredos.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Colapso dos frageis cristais
A regra ignorada
Das palavras que jamais
Devem ser ditas
Sobraram os
Ecos trêmulos e infindáveis
E a regra ignorada.
Os cotovelos apoiados na janela,
O vento,
O olhar distante...
As palavras que jamais
Devem ser ditas
Levaram consigo
Todos os poemas de amor e carícias.
Disparo
Onde acredita que repousa
Esse projétil?
Em meu pensamento,
Em minha solidão?
Pensaste nisso
No momento do disparo
Ou era só um jeito novo de se
Divertir?
Lentamente as mãos deixam de se tocar
Não conseguiu
Olha-la nos olhos,
Não conseguiu
Terminar a frase.
O texto daquela cena
Foi todo redigido em entrelinhas,
As respostas
Emergiam de cada um
Em forma de silencio.
Ninguém queria entender
O que ali se passava,
Ninguém queria suportar.
Suportar o insuportável destino
Das escolhas e estradas distintas.
Deixar ir
Caco de vidro,
Estilhaço,
Pulso...
Pele sangrando.
Ela não olhava
Enquanto ele seguia
Pelo pântano.
Das palavras que jamais
Devem ser ditas
Sobraram os
Ecos trêmulos e infindáveis
E a regra ignorada.
Os cotovelos apoiados na janela,
O vento,
O olhar distante...
As palavras que jamais
Devem ser ditas
Levaram consigo
Todos os poemas de amor e carícias.
Disparo
Onde acredita que repousa
Esse projétil?
Em meu pensamento,
Em minha solidão?
Pensaste nisso
No momento do disparo
Ou era só um jeito novo de se
Divertir?
Lentamente as mãos deixam de se tocar
Não conseguiu
Olha-la nos olhos,
Não conseguiu
Terminar a frase.
O texto daquela cena
Foi todo redigido em entrelinhas,
As respostas
Emergiam de cada um
Em forma de silencio.
Ninguém queria entender
O que ali se passava,
Ninguém queria suportar.
Suportar o insuportável destino
Das escolhas e estradas distintas.
Deixar ir
Caco de vidro,
Estilhaço,
Pulso...
Pele sangrando.
Ela não olhava
Enquanto ele seguia
Pelo pântano.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
O plural de solidão
Não eram mais gestos,
Não eram olhares,
Não eram mais palavras,
Tão pouco ouvidos...
E como dói deixar de ser...
E assim conheceram o plural de solidão.
Nas noites de insônia,
Quando não mais eram:
Gestos,
Olhares,
Palavras e
Ouvidos.
Mas ainda sentiam como dois.
Não eram olhares,
Não eram mais palavras,
Tão pouco ouvidos...
E como dói deixar de ser...
E assim conheceram o plural de solidão.
Nas noites de insônia,
Quando não mais eram:
Gestos,
Olhares,
Palavras e
Ouvidos.
Mas ainda sentiam como dois.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Beber água
Cacos de flores recolhi,
Não vi os sorrisos
Nem o chumbo
Eu me criei no deserto
Morrendo de sede...
Sem violência da qual me queixar,
Nem progresso,
Nem flor no cabelo.
Estávamos todos anestesiados
Eu me criei no deserto
Morrendo de sede...
Mirando um horizonte eternamente turvo,
Nevoa de descaminho,
De paz e antidepressivo!
Eu me criei no deserto
Morrendo de sede...
Não vi os sorrisos
Nem o chumbo
Eu me criei no deserto
Morrendo de sede...
Sem violência da qual me queixar,
Nem progresso,
Nem flor no cabelo.
Estávamos todos anestesiados
Eu me criei no deserto
Morrendo de sede...
Mirando um horizonte eternamente turvo,
Nevoa de descaminho,
De paz e antidepressivo!
Eu me criei no deserto
Morrendo de sede...
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